segunda-feira, 11 de junho de 2012

DO RIO ATÉ SÃO JOÃO DE MERITI

-HISTÓRIA


Localizada na Baixada Fluminense, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a cidade de São João de Meriti já foi conhecida por outros dois nomes: São João Batista de Trairaponga e São João Batista de Meriti. O território que forma hoje a cidade era banhado pelos Rios Miriti e Sarapuí, que tiveram suas origens em uma sesmaria doada a Brás Cubas.
Ao lado das muitas fazendas existentes, os rios Miriti e Sarapuí eram as principais vias de transporte das mercadorias que eram produzidas. Em suas margens haviam 14 portos, todos com um grande serviço de canoagem. Nessa época, a região era um importante produtor de milho, mandioca, feijão e açúcar. Esses produtos eram levados aos portos do Rio de Janeiro para serem consumidos e exportados para a Europa.
Em 1833, o povoado de Iguassú é elevado à categoria de Vila e a Freguesia de São João Batista de Meriti passou a integrar aquela jurisdição como seu 4º Distrito. Em 1875, teve início a construção da Igreja de São João Batista de Meriti, no local onde hoje ainda se encontra. Vale mencionar, que nesse período, a presença das capelas e igrejas numa determinada região, demonstrava a importância que aquele território representava perante o poder secular e o poder eclesiástico.
Devido a dificuldade de se encontrar mão-de-obra disponível, as grandes fazendas vão sendo fracionadas em sítios e chácaras fazendo surgir na região uma grande quantidade de pequenos proprietários, que acabaram por desenvolver atividades da fruticultura e hortigranjeiros para abastecer a cidade do Rio de Janeiro.
As terras que conhecemos hoje como São João de Meriti, cortadas pelo Rio Sarapuí, Rio Miriti e Rio Pavuna, eram conhecidas antes como Freguesia de Meriti. A vila de São João de Meriti fazia parte da vila de Maxabomba, atual Nova Iguaçu. No início da década de 1940, a região contava com uma população que não ultrapassava os 25 mil habitantes, distribuída em torno da Igreja da Matriz, nas margens do Rio Pavuna, próximo aos leitos das ferrovias em Engenheiro Belford, São Matheus, Éden, Vila Rosali e Coqueiros.
Quando Caxias se emancipou em 1943, incorporou a região como seu 2º Distrito. O mundo ainda sentia os efeitos do fim da Segunda Guerra Mundial quando, em 1947, ocorreu a emancipação política e administrativa do nosso município, sendo criada assim, a cidade de São João de Meriti, por meio da Lei nº 6, através do Projeto nº 132/47, do Deputado Lucas Andrade Figueira. De lá pra cá, o município teve momentos de expansão e de retração no desenvolvimento.
(PREFEITURA SÃO JOAO DE MERITI Ambiente e Defesa Civil






História da Baixada Fluminense


*Por Gênesis Torres



Após a expulsão dos Franceses e o conseqüente aniquilamento dos índios Tupinambás é fundada em 1565 a Cidade do Rio de Janeiro. (...). Liberada a terra dos perigos que poderiam oferecer as comunidades indígenas, é dado início à penetração no seu interior através de seus principais rios.

Nascia no seu entorno dezenas de engenhos de açúcar, construções de igrejas e pequenas povoações, muitas delas origem dos municípios de hoje.

As bacias dos rios Meriti, Sarapui, Iguaçu, Inhomirim, Estrela e Magé foram as primeiras a serem ocupadas. Em suas margens nascem os portos de embarque. Bastante movimentados com a presença de tropeiros e de embarcações que subiam e desciam levando mercadorias da Europa para os engenhos e destes com seus produtos para a cidade do Rio de Janeiro, alem dos excedentes para o Reino. Os próprios portos eram transformados em importantes celeiros.(...)



A paisagem natural vai deste modo modificando-se, fazendo aparecer os primeiros clarões nas florestas, não longe da entrada da baía começa a projetar toda uma população agrícola sobre os enflorestados morros do recôncavo e os intermináveis pântanos e alagadiços marginais.

O marco inicial da colonização no Vale do Rio Iguaçu foi a fazenda São Bento. (...).

Próximo as suas cabeceiras, localizada à margem direita do rio Iguaçu numa planície circundada de pequenos morros, a Igreja de Nossa Senhora da Piedade de Iguassú teve sua origem na capela que o alferes José Dias de Araújo, autorizou construir em sua terra, no ano de 1699.(...)


A presença das capelas e igrejas numa determinada região, demonstrava a importância que aquele território representava perante o poder secular e o poder eclesiástico. Essa célula inicialmente embrionária daria o surgimento de uma aldeia, uma freguesia, uma vila e mais tarde uma cidade.

A partir de 1647 começou a ação cristianizadora na região de Meriti, sendo erguida a Cruz de Cristo no povoado de São João Batista de Trairaponga, marcando o início de um trabalho religioso. Atualmente, no local, encontra-se a Igreja de Santa Terezinha, situada no Parque Lafaiete, Duque de Caxias. Estima-se que o castiçal e imagem de Santo Antônio possam ser remanescestes deste período. ( SITE DA Camara municipal de duque de caxias)


Meriti assim teve as seguintes capelas descritas por Pizarro: a de São João Baptista, fundada pelos moradores de Trairaponga em 1645, em local desconhecido. Esta Capela funcionou como Matriz até o ano de 1660.


Com o crescimento de uma vila próximo ao Rio Meriti (atualmente centro da Pavuna e da cidade de Meriti), mandou-se construir em 1660 uma outra de pedra e cal (na Pavuna), transferindo inclusive a pia batismal, o que demonstraria a importância que este sítio assumia junto ao porto da Pavuna, que naquele momento já contava com uma grande quantidade portos, que escoavam a produção agrícola como o milho, a mandioca, o feijão, o arroz, legumes, o açúcar e a aguardente e ao mesmo tempo recebia os produtos importados, já que a localidade da Pavuna e Meriti, além de serem portos fluviais era também o melhor ponto onde se entrava na Baixada pelos caminhos de terra firme.

Assim, funcionava na localidade da Pavuna e do Meriti um verdadeiro entreposto comercial com toda a infra-estrutura com armazéns, trapiches, vendas e hospedarias. Por aqui passaram as pedras, azulejos, santos, móveis, pratarias, e outras quinquilharias que serviriam para ornamentar igrejas e fazendas que se construíram nas freguesias de Meriti e Jacutinga.

O ciclo do ouro ocorrido no interior do Brasil, traria importância para a ampliação dos caminhos da baixada. Após o abandono do Caminho dos Guaianazes que partia de Parati, abriu-se um novo caminho através da Baixada com ligação direta entre o Rio de Janeiro e as Minas, era o Caminho Novo de Garcia Paes em 1704 – passando por Xerém, Pilar e descendo o Rio Iguassú até o Rio de Janeiro.(...)


Pelas águas do Rio Iguassú desceram a produção de café do vale do Rio Paraíba do Sul, atravessando a Baía em direção a cidade do Rio de Janeiro. Seu porto com uma dezena de armazéns em sua volta, atraiu para a localidade um grande contingente populacional, que se dedicaram nas mais diversas atividades de serviços, o arraial cresceu e virou Vila em 15 de Janeiro de 1833. Era a mais próspera das Vilas Fluminenses, possuidora de todos os Órgãos Públicos e setores de serviços. (...)


Na primeira metade do século 19 o mundo conhecia a segunda fase da revolução industrial - a dos transportes. A grande novidade era o barco a vapor e a locomotiva sobre trilhos. No Brasil, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, lançava com o apoio de capitais privados, a primeira ferrovia ligando o Porto Mauá – depois Estação da Guia de Pacopaíba à Fragoso e Inhomirim no pé da serra da Estrela, num percurso de 15,5 km.

Esta inauguração lançou as bases de uma grande transformação que se operaria ao longo da 2ª metade do século XIX, mudando completamente a configuração da geografia urbana da Baixada. A ferrovia num movimento retilíneo rasgou a baixada, diferentemente do caminho seguido pelos rios em meandros. Para a construção das ferrovias aterraram-se pântanos e brejos e desmatou florestas, de forma que a natureza sofreu grandes agressões.

No entanto, as grandes transformações ocorreram no processo de ocupação humana. A primeira linha férrea construída foi em direção à região produtora de café. A Estrada de Ferro Pedro II (hoje Central do Brasil), chegou às cidades das encostas da serra do Gericinó e sul da serra do Mar em 1858 juntamente com Maxambomba (atual Nova Iguaçu), Queimados e Japeri. (...)


A 28 de fevereiro de 1884 iniciou-se o trabalho para assentamento dos trilhos, o que levaria dois anos, até sua chegada em Merity (atual Duque de Caxias),

Junto a estas ferrovias seguiram outras de menor importância, mas que faziam ligações como ramais auxiliares e complementares às linhas principais. Elas surgiram em um momento que a baixada não possuía estradas, apenas alguns caminhos carroçáveis que em tempos de chuvas eram intransitáveis. O meio de transporte comum era no lombo dos animais ou ainda através dos rios. A locomotiva passou a ser a melhor opção não só de passageiros mas também para o transporte de mercadorias.

A população cansada dos naturais isolamentos, das doenças ribeirinhas começa a mudar-se para as margens das ferrovias, em principal nas paradas dos trens – onde se tinha água e lenha que serviam como fonte de energia para a locomotiva. Nestas paradas surgiam pequenas atividades de comércio, cortadores de lenha, carvoeiros e homens de serviços em geral. O crescimento rápido desta população fez destas paradas importantes estações que serão embriões dos futuros distritos de Nova Iguaçu, como Nilópolis, Queimados, Japeri, Merity, Belford Roxo, Pilar, Xerém e Estrela.

O assoreamento dos rios causado pelo desmatamento, as febres palustres e o fim da escravidão apressaram a decadência econômica da Baixada, o que levou a população em busca do Rio de Janeiro ou outras áreas produtoras para sobrevivência.

A expansão urbana neste século deu-se com a expansão das ferrovias. A venda de terras, outrora fazendas, retalhadas em lotes e vendidas a preços baixos para a moradia ou transformadas em sítios para o plantio de laranjais, estimulados pelos governos bem como a valorização no mercado mundial. Pelos diversos distritos de Nova Iguaçu cultivaram-se laranjais que ocuparam os morros e as colinas, fazendo a riqueza dos chamados capitalistas da laranja.

As oscilações do mercado mundial com as guerras, as técnicas impróprias para o cultivo e a valorização de terras para fins urbanos após o saneamento, formaram a decadência da citricultura nesta região, dando lugar às “cidades dormitórios” de uma população laboriosa que se deslocavam para o Rio de Janeiro, diariamente, em busca do mercado de trabalho.

O processo desenvolvimentista inaugurado com a revolução de 1930, a capitalização do campo, a seca no nordeste, a saída em massa do campo e a crise no sistema de parceria levaram ao êxodo rural. O inchaço populacional nos grandes centros urbanos e a exploração imobiliária pelo aumento constante do metro quadrado do solo na capital acaba empurrando grandes contingentes populacionais, para estas históricas terras.

As fazendas fracionadas em sítios e chácaras com seus imensos laranjais e horti-fruti-granjeiros, transformaram-se em áreas de loteamentos, de grilagem e ocupações irregulares. Freguesias viram Distritos e estes em municípios. Em 1924 São Matheus vira 7º Distrito com o nome de Nilópolis, em 1931 Estação de Merity, com seu povoado em volta, vira o 8º Distrito com o nome de Caxias, todos desmembrados de Meriti, que pertencia a Nova Iguaçu.

Após o regime de exceção (Ditadura Vargas), na esteira do populismo, o 8º Distrito emancipa-se ganhando status de Município, levando consigo São João de Meriti, que é transformado em seu 2º Distrito. São João de Meriti em 1947, emancipa-se de Duque de Caxias e, na mesma lei, Nilópolis de Nova Iguaçu.

Envolvida com enormes conflitos ambientais, em razão de um crescimento urbano pouco planejado, onde temos bairros residenciais convivendo com industrias de grande potencial poluidor, com despejos “in natura” em águas que deságuam na Baia da Guanabara, agravada por sua posição geográfica entre o mar e a serra, dificultando ainda mais a dispersão de poluentes como o monóxido de carbono gerado de veículos automotores.

A degradação dos manguezais, o abandono dos nossos sítios históricos e arqueológicos, a criação de áreas de preservação ambiental, o reflorestamento das encostas e morros, os investimentos em equipamentos culturais são os grandes desafios que encontramos e que solicita de nós cada vez mais empenho.

É tempo de salvá-las: rios, matas, cachoeiras, sítios e prédios históricos devem ser priorizados não só sobre o ponto de vista cultural, mas como fator vital de sobrevivência, na preservação de recursos naturais como a água.



*Torres, Gênesis, é professor e pesquisador de História, Presidente do Instituto de Pesquisas e Análises Históricas e de Ciências Sociais da Baixada Fluminense, Coordenador do Fórum Cultural da Baixada e Subsecretário de Cultura de São João de Meriti






SÃO JOÃO DE MERITI
Origem do nome

Com o crescimento de uma vila próximo ao rio Meriti (Freguesia de Meriti) e a importância comercial dessa nova vila, o nome São João Batista de Trairaponga, antigo nome do Município, foi substituído pelo de São João Batista de Meriti, permanecendo assim, durante todo o fim do século 17 e 18.


História

A colonização do território onde se localiza o atual Município de São João de Meriti data da segunda metade do século XVI. Tudo leva a crer que teve início o povoamento, em 1566. Infere que as terras de São João de Meriti se enquadravam na sesmaria de Braz Cubas
Até 1644, não há notícia da existência de capelas na região. Nesta data, surge a localidade de São João Batista de Trairaponga, que se torna paróquia por Alvará de fevereiro de 1647
Em 1747, retorna a sede da freguesia às margens do Meriti, ao exato lugar onde se erguia outrora o templo arruinado, alterando-se sua denominação para freguesia de São João Batista de Meriti


Desde então a região começa a prosperar


A colonização do território onde se localiza o atual Município de São João de Meriti data da segunda metade do século XVI. Tudo leva a crer que teve início o povoamento, em 1566. Infere que as terras de São João de Meriti se enquadravam na sesmaria de Braz Cubas
As terras que conhecemos hoje como São João de Meriti, cortadas pelos rios Sarapuí, Meriti e Pavuna, conhecidas antes como Freguesia de Meriti, correspondiam, nos séculos XVII e XVIII, a um território composto por fazendas e capelas religiosas. Nessa época, a região era um importante produtor de milho, mandioca, feijão e açúcar. O rio Meriti escoa livremente o produto das lavouras, mantidas pelo esforço físico do negro escravizado, rendendo verdadeiras fortunas aos senhores da terra
A partir de 15 de janeiro de 1833, a freguesia de São João Batista de Meriti passou a integrar o município de Maxabomba, atual Nova Iguaçu
Em meados do século XIX, atinge o seu mais alto ponto de desenvolvimento mas, a partir desse período, observe-se declinio social e econômico. A devastação das matas e conseqüente obstrução dos cursos fluviais e seu extravasamento favorecem a formação de alagados, a propagação da malária e o abandono das terras assoladas
Com a inauguração, em 1886, do trecho da linha férrea que ligou a Cidade do Rio de Janeiro à Estação de Meriti (atual sede municipal de Duque de Caxias), situada em terras que pertenciam à então freguesia de São João de Meriti, muito sofre a povoação, sede da freguesia. Os moradores vão aos poucos abandonando a terra e fixando-se em torno da estação, em busca da facilidade de transporte pela estrada de ferro
O reerguimento ocorre por volta de 1898, ao ser a região cortada pelos trilhos da Linha Auxiliar, que trouxeram consigo novas possibilidades de progresso. Outros fatores de desenvolvimento para a localidade, anos mais tarde, resultaram do saneamento da Baixada Fluminense e da construção da rodovia Rio-Petrópolis
No inicio do século XX, a cidade passou a receber inumeros imigrantes portugueses, italianos, Judeus, Sírios e Libaneses. Dentre as famílias mais tradicionais e abastadas da cidade, destacamos as de Comendador Manuel Antônio Sendas, Valadão, Rasuck,Comendador Benedito Amaro e Comendador Agostinho Francisco Paulucci.


Formação administrativa
26-02-1647 – Distrito criado com a denominação de Meriti, no município de Iguaçu.
31-12-1943 – transfere o distrito de Meriti para o município de Duque de Caxias.
Em 1947 o município de São João de Meriti é criado, desmembrado de Duque de Caxias, constituído de 3 distritos: São João de Meriti, Coelho da Rocha e São Mateus. Administrador: Aníbal Viriato de Azevedo.
Hoje, São João de Meriti é um dos núcleos mais densamente povoados do Brasil, cortado pela Rodovia Presidente Dutra, que põe o Município em fácil comunicação com os dois maiores centros econômicos do País - Rio de Janeiro e São Paulo.

FONTE IBGE)






SÃO JOÃO DE MERITI


São João de Meriti tem sua história intimamente ligada à do Rio de Janeiro. O povoamento da planície que se estende do Rio Meriti ao Estrela (ou Inhomirim), e da baía à orla das serras, foi contemporâneo da época em que se fundou aquela cidade.


De 1566 em diante, foramse fixando os primeiros colonos nas terras do atual município de Duque de Caxias, localizando-se, de preferência, no vale dos Rios Meriti,
Sarapuí, Iguaçu e Estrela (Inhomirim), ou na orla praiana, dando início à
exploração de seu solo e de suas riquezas naturais.
Em 1637, foi criada a freguesia de Nossa Senhora do Pilar (atual
Duque de Caxias). Alguns anos depois, foi fundada uma povoação
denominada São João Batista de Trairaponga, alterada, em 1747, para
São João Batista de Meriti.
Durante muito tempo as lavouras de cana-de-açúcar, arroz, milho,
mandioca e feijão proporcionaram aos proprietários locais a acumulação
de fortunas, graças à força do trabalho escravo. Em 1833, a povoação
de Iguaçu (atual Nova Iguaçu) foi elevada à categoria de vila,
compreendendo territórios das freguesias de São João de Meriti e Nossa
Senhora do Pilar.
Ainda por alguns anos, foi notável o progresso na região. Somente
pela metade do século XIX começou seu período de decadência. A
devastação impiedosa de suas matas trouxe como resultado funesto a
obstrução dos rios e o seu conseqüente extravasamento motivou a
formação de pântanos, onde os miasmas e os mosquitos tornavam a
região praticamente inabitável. As terras foram abandonadas e
cobriram-se de vegetação inútil, própria de pantanais.
Em 1886, foi inaugurado o trecho ferroviário da The Rio de Janeiro
Northern Railway, ligando a cidade do Rio de Janeiro à estação de Meriti,
situada em terras da então freguesia de São João de Meriti, onde, mais
tarde, surgiria a povoação originária da sede do atual município de
Duque de Caxias.
São João Batista de Meriti foi sendo abandonada em decorrência
da importância que assumia Meriti.
É importante frisar que a povoação de São João Batista de Meriti e
a estação de Meriti são localidades distintas. A primeira resultou na
atual sede do município de São João de Meriti, enquanto, a segunda, na
sede de Caxias.
Em 1898, a Empresa de Melhoramentos no Brasil estendeu os
trilhos da Linha Auxiliar pelo território do Estado, atravessando a
povoação de São João Batista de Meriti, o que veio trazer novas
possibilidades de progresso para a localidade. Outro fator que, mais tarde, muito contribuiu para o soerguimento
da região, foram as obras de saneamento da Baixada Fluminense,
iniciadas por Nilo Peçanha. Posteriormente, com a abertura da Estrada
Rio-Petrópolis, ainda mais próspera tornou-se São João Batista de Meriti
e adjacências.
Em 1931, foi formado o distrito de Caxias, com sede em Meriti,
formado com território desmembrado do distrito de São João de Meriti,
município de Iguaçu; e, em 1943, foi o mesmo elevado à categoria de
município, com o nome atual Duque de Caxias. Finalmente, em 1947,
São João de Meriti ganhou sua autonomia municipal.

Fonte: Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro







ORIGEM DO NOME


Segundo vários autores versados na matéria, Meriti é corruptela do nome de uma palmeira conhecida pelos indígenas por “burity”.


Em verdade, não existe a afirmação categórica por parte dos autores que Meriti seja uma corruptela, admitem, apenas, a possibilidade.


Já agora, manuseando compêndios contemporâneos, encontramos uma certa ordem ao grafar o nome MERITI, naturalmente, em obediência aos aspectos a que me referi, ou sejam: Etimológico e histórico, e é justamente nos autores modernos, sejam ou não tupinólogos, que melhor se faz sentir esta ordem ortográfica, chegando mesmo a estabelecerem diferenciação entre os vocábulos MERITI e MIRITI, como no “LELLO UNIVERSAL”, um dos mais modernos e conceituados dicionários no momento, quando nos dá a saber:


“MERITI: espécie de palmeira muito vulgar no vale do Amazonas”. Enquanto que:


“MIRITI: Rio do Estado do Rio de Janeiro-Brasil”.
Trataremos agora de estudá-lo etimologicamente, e, para tanto, temos que nos cingir, como é óbvio, às autoridades versadas no linguajar dos silvícolas.


Recorrendo à Teodoro Sampaio, ou a outros eminentes estudiosos do idioma tupi-guarani, como sejam Saint Adolphe, Moreira Pinto, par não citar inúmeros mais, encontramos invariavelmente o significado das palavras:


“MIRITIM OU MIR – pequeno, breve, miúdo, pouco” etc. assim como:“TY ou TI – água, rio, caudal”


Logo, tudo nos leva à concluir e aceitar que MIRITY ou MIRITI, que dizer: rio pequeno, pouco rio, etc o que aliás, confere com o original. Enquanto que, MERITI, refere-se à uma palmeira existente no vale Amazônico.

Tomamos conhecimento, através dos fatos históricos que chegam ao nosso conhecimento, narrados por todos os autores, que MERITI é um rio existente na Província do Estado do Rio de Janeiro, que mais tarde veio a emprestar o seu nome à Freguesia de São João, bem como, etimologicamente, MIRITI, traduz-se por rio pequeno. Como então, aceitar a versão dada, que MERITI como corruptela de “BURITY” palmeira existente no Amazonas, tenha vindo a dar o nome ao nosso atual município!

Memória Histórica de São João de Meriti 1958/ ARLINDO DE MEDEIROS)





"Meriti" é um termo oriundo da língua tupi e significa "água de buriti", através da junção dos termos mburi'ti ("buriti")[7] e 'y ("água")[8]. Uma tradução alternativa é "água de mosca", através da junção dos termos tupis mberu ("mosca")[9] e ty ("água")[8].





Impacto ambiental:



Ao longo da história deste município, o ambiente natural foi sendo alterado .
O processo de degradação ambiental no município iniciase no final do século XIX, resultante da decadência econômica e a partir da década de 1930 o processo de urbanização intensificou-se em detrimento do ambiente de tal forma que nos anos 80 o município tinha uma área de quase 100% urbanizada e a maior densidade da América latina, persistente até os dias atuais.


Quanto aos aspectos climáticos no município de São João de Meriti verifica-se que em
termos de pluviosidade as chuvas ocorrem de forma concentrada no verão.Nas planícies existentes, que em geral acompanham os rios, ocorrem constantes inundações, formando brejos e alagados. trazendo prejuízos materiais e de vidas humanas. . Em conseqüência das enchentes os casos de doenças de veiculação hídrica afetam bastante a população.

No que tange a qualidade do ar o município apresenta os piores índices de poluição do
Estado desde o inicio da década de 1990 e com isto as doenças de pele e respiratórias são as que mais afetam a população meritiense. Os fatores apontados por contribuir com a poluição no município são o grande número de indústrias existentes no entorno do município, a grande taxa de ruas sem calçamento( em torno de 60%) que representa um aporte de partículas em suspensão na atmosfera, além do grande número de domicílios que queimam lixo na propriedade.

Verificou-se que o município em condições favoráveis (tempo bom e claro) apresenta as temperaturas bastante elevadas, ou seja, em termos de confortotérmico no município é bastante ruim devido às altas temperaturas. Por meio da imagem de satélite termal ,pode-se observar, claramente, que nas áreas mais afastadas do centro, onde há menor densidade de construção e alguma vegetação de baixo
porte, as temperaturas se apresentam mais baixas, enquanto as áreas mais densamente construídas e de maior circulação como o centro do município (figura 15) são mais quentes, com temperaturas bem elevadas.

Após analisar a características do clima local do município de São João de Meriti pode-se observar que se trata de um município com indicadores climáticos desfavoráveis a qualidade ambiental, devido aos altos índices de poluição, enchentes constantes e grande desconforto térmico,
principalmente, no verão. Isto se deve ao modelo de urbanização implantado sem qualquer
planejamento. Verifica-se então que o município apresenta indicadores ruins de qualidade ambientalque somados aos problemas sócio-econômicos com baixa renda da população, falta de unidades hospitalares, alto consumo de água e pouco oferta de água de qualidade, a carência de áreas verdes, coleta de lixo e limpeza dos rios precária, a situação do município é grave e são necessárias mediadas urgentes para que no futuro tais problemas atinjam níveis piores.

Para que haja uma mitigação de tais problemas sócio-ambiental, são necessárias adoção de medidas tais como melhoria da limpeza urbana no município; a limpeza regular do principais rios e córregos; melhoria na infra-estrutura no que tange à drenagem adequada, drenagem e pavimentação de forma consciente. Além disso, a mentalidade dos atores locais contribui para este quadro, como o péssimo hábito da população local de remover ou cortararvore de forma irregular e da prefeitura municipal que não tem uma política de conscientização e de arborizar a cidade.

É necessário que se adotem no município programas de educação ambiental que trabalhe
junto à população, a importância do plantio e conservação das arvores. Isto se constitui uma ferramenta importante para melhorar o conforto térmico na cidade, amenizar a poluição atmosférica, reduzindo os casos de doenças respiratórias e favorecendo a permeabilidade do solo ajudando a reduzir os efeitos das enchentes, além de imprimir uma beleza paisagística ao ambiente. Também para que se melhora a questão do lixo é necessário além da conscientização da população local, criação e investimentos em programas sociais de reciclagem de lixo, que além de diminuir a disposição de lixo 19
em lugar impróprio, promoverá incremento à renda de parte da população a qual possui uma das menores rendas per capita do Estado.

Fonte dos dados: FEEMA em Junho de 2004

















CARACTERISTICAS GERAIS:


Fundação da cidade: 21 de agosto de 1947



-Gentílico: meritiense


Altitude: 19m

Os morrotes, também conhecidos como “morros meialaranja” que ocorrem em grande parte da região, destacando-se no município de São João de Meriti


Clima: Tropical


Padroeiro: São João Batista


Datas comemorativas:
24 de junho - Padroeiro da cidade: São João Batista
21 de agosto - Emancipação de São João de Meriti



-A principal atividade econômica de São João de Meriti está concentrada no setor de comércio e serviços,

-Formada basicamente por zonas residenciais, Meriti tem apenas três Centros Comerciais: Vilar dos Teles (antigamente chamada de Capital do Jeans), o Centro e o Shopping Grande RioMuitos bairros pobres cercam estes centros, e outros têm sequer saneamento básico.

-Transportes:

Meriti é benefeciada por ser passagem de outros municípios da Baixada Fluminense. Todos os ônibus que saem de outras cidades para a Capital passam por Meriti por meio ao centro da cidade, de Vilar dos Teles, a Rodovia Presidente Dutra e a Via Light. Há inúmeras linhas de ônibus para lugares da baixada, capital (Zona Norte, Centro e Barra e Zona Oeste).Principais acessos rodoviários:RJ-085 - Avenida Automóvel Clube,RJ-081 - Via Light,RJ-071 - Linha Vermelha,BR-116 - Rodovia Presidente Dutra
Trem: Há quatro estações na cidade. Todas do Ramal Belford Roxo:São JoãoMeriti/Pavuna,Vila Rosali,Agostinho Porto e Coelho da Rocha.

Metrô:É a única cidade que não precisa de ônibus com integração ao metrô. A distância do centro de São João de Meriti é de apenas 60 metros até a plataforma da Linha 1 na Estação Pavuna do metrô Rio. A distãncia de Vilar dos Teles para o metrô é de apenas 10 minutos.




Memória Histórica de São João de Meriti
(1958/ ARLINDO DE MEDEIROS)


(...)Convém acrescentar: todas as jornadas para as Minas Gerais, eram através de Meriti, que pelo caminho marítimo em entroncamento em Pavuna quer pelo terrestre, preferido mais a miúde pelos tropeiros. Ficou célebre pela sua importância em talar os sertões fluminenses em busca do “hinterland”, mineiro a “Estrada de Minas”, que por decisão da Câmara municipal de São João de Meriti, tomou o nome do brilhante político Getulio Barbosa de Moura.(...)


(...)O famoso naturalista francês Augusto de Saint Hilaire, em suas famosas viagens, descreve parte da região de Meriti. Diz aquele homem de ciência, que “depois de ter abandonado a Ilha do Governador, rumou pela foz do rio Meriti. Na parte que subiu e referido rio, o seu curso era apenas sensível. Suas águas eram salobras. Atravessavam terras abaixas, pantanosas. Essas terras alagadiças eram inteiramente cobertas de árvores aquáticas..(...)


os engenhos (de açúcar e aguaardente onde escravos trabalhavam)que abaixo transcrevo
(...) em 1864 foi vendido ao Comendador Telles, ancestral da tradiconal família Teles de Menezes, cuja sede, até bem pouco, ainda existia no Vilar dos Teles, no lugar chamado Fazenda Velha. Esse engenho possuía 30 escravos e produzia 11 caixas de açúcar e outras tantas pipas de aguardente;
O da Covanca, de Marcelino Costa Barros (...) Diga-se que Costa Barros, pela delimitação existente, estava relacionada na Freguesia de São João Batista de Meriti, considerando, outrossim, os limites com a freguesia de Irajá.

O de São Mateus, do alferes Ambrosio de Souza, depois propriedade do Barão de Mesquita (...) A sua sede ficava nas terras do atual município de Nilópolis e suas ruínas ainda desafiam o tempo;


O de Bananal, do capitão Ayres Pinto, ascendente de Teixeira Pinto, família de origem paulista, que ficava em Engenheiro Belford, no lugar em que está uma avenida de Virgílio Machado. (...)


Todo o produto era transportado para outros mercados através do histórico canal da Pavuna com os seus 14 portos e as suas diversas modalidades de pequenas embarcações.


Por via terrestre eram penosas as caminhadas, que cortavam terrenos pantanosos, onde a febre quase sempre contaminavam os troupeiros que com seus muares jornadeiavam pela região.


Nesta terra onde tudo se destrói não existe um marco que possa recordar o fausto de uma época. Perdeu-se na voragem do tempo o significado do canal de Pavuna. Os contemporâneos vagamente se lembram de seu valor na construção de nossos destinos. Em seu ponto principal, que fora visitado por senhores ilustres, que deslumbravam os habitantes da Freguesia, ergue-se atualmente, uma parada de ônibus¹. Nem uma placa para rememorar um fato de importância capital.





NOMES ILUSTRES DE ESTADISTAS DO IMPÉRIO



As terras da velha Freguesia de São João de Meriti, abrigavam personagens ilustres entre eles renomados estadistas do Império. Dos vultos de maior proeminência, que viveram longos anos nas terras meritienses, é honroso citar o marquês de Barbacena ou melhor Felisberto Caldeira Brant. Possuía, aquele importante homem público, uma grande fazenda em São João de Meriti, onde, nos dias obscuros de sua vida, quando apagou-se o prestígio junto ao imperador Pedro I, fez o seu ostracismo.


O Comendador Pedro Antonio Teles Barreto de Menezes, que descendia também, conforme o brazão da família, dos nobres portugueses. Foi cavalheiro da Ordem de Cristo e viveu nas terras que batizadas como Vilar dos Teles, no 3º. Distrito de São João de Meriti, em homenagem a tradicional família



Antonio Tavares Guerra que foi senhor da fazenda Cara de Pato que na opinião do dr. Walter Freire Arruda, depois passou a se chamar Carrapato. O comendador Guerra foi homem de poder e influência na região durante vários anos.









T E A T R O




No raiar de nossa existência, havia os teatrinhos, formados por grupos familiares, que representavam para os espectadores íntimos, sem o revestimento técnico, exigido pelos profissionais.


Mais, ainda paira na lembrança de muitos os Escoteiros São Jorge, de Engenheiro Belford, onde havia o chamado teatrinho do Sargento Otacílio, isso pelo ano de 1936, que foi durante muito tempo, o maior centro de atrações do quarto distrito de Iguaçu.


Há quem diga também na existência de um teatrinho na Matriz, há vários anos atrás, que representava somente peças sacras nas épocas da Semana Santa, ao tempo do D. Plácido Brodrs, que seria o pioneiro do teatro.



ELEMENTO HISTÓRICO



A colonização das terras que atualmente constituem o município de São João de Meriti, com uma área de 33 K² teve início na metade do Século XVI.


O seu desbravamento está ligado ao desenvolvimento de São Sebastião do Rio de Janeiro, cujos primeiros governantes buscaram alargar sua jurisdição pelas terras que margeiam a Baía da Guanabara.


Esta região era povoada pelos Tamoios, que na opinião de Pedro Guedes Alcoforado, em seu livro “O Tupi na Geografia Fluminense”, afiança ser povos antigos ou para usar a sua própria versão: “Os Tamaios, se julgavam conhecedores de vários segredos, por isso, eram tidos como avós”. O seu maior mártir foi o tuchau Supuguaçu que Salema, atraiçou, exterminando, em um só dia, mais de 2000 selvículas


Ora, como está claro na planta feita pelo Instituto Cartográfico, Guanabara Barreiros, em 1949, constante da pasta de documentos municipais, do I.B.G.E., o rio Meriti começa onde está a Vila Pedro II.


Daí conclui-se com facilidade que esse rio nasce das confluências dos rios Pavuna com o Acari.


O aterro do histórico canal de Pavuna, provocou uma dúvida quanto a posição real da fronteira. O que houve, positivamente, foi o desvio do rio para dentro de uma parte do canal e no futuro ameaça desaparecer os vestígios do velho leito do rio Pavuna, podendo suscitar controvérsias ...




Nas “Memórias Públicas e Econômicas do Rio de Janeiro”, para uso do Vice-rei Luis de Vasconcelos, figuram como elementos que formavam o interior da capitania do Rio de Janeiro, um infinidade de freguesias, e como parte “fora de muros” o que quer dizer, o subúrbio, as abaixo descritas:


- Nossa Senhora de Marapicu (atual Queimados) com 902 habitantes livres e 919 escravos;


- Santo Antonio de Jacutinga (Maxambomba) com 1.402 habitantes livres e 2.138 escravos;

- São João de Meriti (Trairaponga) com 638 habitantes livres e 978 escravos;

- Nossa Senhora da Piedade de Iguassu (Antigo) 963 habitantes livres e 1.219 escravos;

- Nossa Senhora do Pilar (Em Caxias) com 2.007 habitantes livres e 1.868 escravos




O cômputo geral era de 5.932 habitantes livres e 7.122 escravos. Daí é que se denota que o braço escravo teve fator preponderante nas terras fluminenses. E para efeito de citação, destacamos Meriti ou São João de Meriti, que no alvorecer de sua história tinha o solo regado pelo suor do negro,



Podemos adiantar para servir de bússula, que esta região, que se estendia do Oceano Atlântico a Marapicu e Santo Antonio de Jacutinga a Campo Grande e Irajá, teve duas denominações São João Batista, de Trairaponga, e São João Batista, de Meriti.



As terras da Baixada Fluminense, se desenvolviam de forma considerável, conforme documentos que fortificam esta opinião. Há quem atribua tudo isso a um interesse especial da Coroa, que sentia a premente carência de aferrar o homem branco ao solo, e para conseguir o seu desejo, agraciava essa gente com latifúndios. Dessa forma poderia combater com mais eficiência a penetração dos aventureiros, que sob a tutela de Vilegagnon, queriam fundar no Brasil a França Antártica. E outras não seriam as razões dos que volviam para essas terras, que propiciavam ingresso às Minas Gerais e meio de fortalecer os portugueses conta os piratas de França.



ASPECTOS RELIGIOSOS


Pelas informações de Monsenhor Pizarro, a Freguesia de Meriti, constituiu-se a terceira e foi erigida em 22-01-1645 e aprovada pelo alvará de 1º. de fevereiro de 1647



Essa freguesia foi criada pelo prelado Antonio Marins Loureiro, no sítio de Trairaponga. Apesar de sua construção ter sido de taipa, resistiu, por muitos anos
onde se erguia a vetusta capela de Trairaponga.Esta capela permaneceu ali até princípios de 1661, “época em que foi edificado outro templo à margem do Meriti, para onde se transferiu a pia batismal. Pelas informações obtidas, essa igreja ficava, onde é atalmente a Vila Pedro II. O Altar-Mór dessa igreja por defeito de construção entrou na iminente ruína, e ficou servindo de freguesia interinamente, a Capela de Nossa Senhora da Conceição, que ficava no Porto, em 1708 a 1747.

Mais ou menos nessa época, foi que mudou-se a denominação de São João Batista de Trairaponga para São João de Meriti.




São Mateus, atual Nilópolis

Na opinião de Matoso Maia o nome de São Mateus, foi uma homenagem dos pais do Padre Matheus. Atualmente São Mateus da Central, é uma estação que está situada no 2º. Distrito de São João de Meriti, na Linha Auxiliar. É o que resta das antigas terras, que faziam parte de São Mateus do padre Mateus Machado Homem.





NOVOS RUMO ESTRADAS DE FERRO E RODAGEM




Quando Iguaçu passou à categoria de Vila, no dia 15 de janeiro de 1833, a freguesia de São João Batista de Meriti, ficou atrelada à sua jurisdição. A Câmara do Rio de Janeiro, promoveu a instalação da Vila de Iguaçu.


Dessa forma o novo município passou a figurar com os seguintes distritos:


1º. – Santo Antonio de Jacutinga (sede Maxambomba);

2º. – Marapicu;

3º. – Piedade;

4º. – Meriti;

5º. – Santa Ana da Palmeira; e

6º. – Pilar.


No ano de 1916, pelo decreto 1.331, o deputado Manuel Reis mudou o nome de Maxambomba para Nova Iguaçu, procurando perpetuar o nome da outrora próspera Vila de onde brotou o Município.

Pelo Decreto n. 1.332, do mesmo ano foi denominado 7º. distrito a povoação de São Mateus, que em homenagem a Nilo Peçanha, expressão brilhante da política fluminense, passou a denominar-se Nilópolis, pelo decreto n. 1.705 de 6 de outubro de 1921.


As terras onde se encontra o município de São João de Meriti, teve grande florescimento, após a abertura do Canal de Pavuna, até o meado do Século XIX, quando começou a sua decadência econômica e social. Os cursos fluviais foram obstruídos, pela devastação das matas e formaram tremedais. Aí começou a assolar o impaludismo. As terras em adiantado estado de progresso, foram sendo abandonadas.
Há quem diga que o transbordamento do rio se deu em conseqüência da criação da Estrada de Ferro, o que aterrou vários cursos de rios, acarretando o represamento de suas águas mais para o interior.


O fato é que no ano de 1886 foi inaugurada a linha de ferro The Rio de Janeiro Northen Railway” ligando o Rio de Janeiro à antiga estação de Meriti (atual Duque de Caxias) e a povoação que servia de sede da Freguesia, sofreu um abalo tremendo.


Os habitantes da gleba meritiense, iam aos poucos, abandonando a terra, atraídos pelas facilidades de transportes que a estrada de ferro propiciava. E Meriti (atual Caxias) progredia de forma bombástica, enquanto São João de Meriti, perdia a sua situação privilegiada. Assim se explica o atrofiamento das terras meritienses, que sofreu profundo golpe com a criação do caminho de ferro, na terra de Lima e Silva.


No ano de 1898, com a criação da “Empreza de Melhoramentos do Brasil” São João de Meriti, foi aquinhoado com a “Linha Auxiliar” que atravessou as suas terras e dessa maneira insuflou novas energias, fazendo despertar o fogo do progresso. Muitos dos que haviam ido para Meriti, atual Duque de Caxias abandonando suas propriedades, voltaram para o amanho da terra.


Outro fator preponderante para fazer o soerguimento das terras foi o trabalho mandado executar por Nilo Peçanha: o saneamento da Baixada Fluminense.


Posteriormente veio a abertura da Estrada Rio-Petrópolis que com a marcha dos anos se tornou Automóvel Clube e a zona foi mais desenvolvida. Por ela é que viaturas demandavam para o interior, buscando as regiões montanhosas. Esta estrada foi célebre até alguns anos atrás. Depois, com a criação da nova estrada para Petrópolis, encurtando caminho por Caxias, a antiga, que sulcava as terras da atual rua Amazonas, fazenda do Carrapato, Vilar dos Teles, em demanda da Serra, anemiou-se completamente.



MERITI – 4º. DISTRITO DE AGUAÇU


A freguesia de Meriti, cuja colonização está diretamente ligada à Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, começou a figurar para o mundo, oficialmente pelo Alvará de 1º. de fevereiro de 1647, com a designação de São João Batista de Trairaponga (de traíra-peixe a araponga-ave) nome que perdurou até a mudança da sede para as margens do rio Meriti de onde se transferiu, por força das circunstâncias, para a zona portuária, na Pavuna, com a denominação de Nossa Senhora da Conceição. No ano de 1774, voltou a sede para o primitivo lugar, com a denominação de São João Batista de Meriti.



Valendo-me de informações do I.B.G.E. posso enumerar que o decreto n. 1 e 1-A, referem-se a criação do distrito de Meriti no dia 3 de junho de 1892.



Compendiando a matéria chegamos a formar o juízo de que o dr. José Tomaz de Porciúncula, querendo dar nova organização municipal a cidade do Rio de Janeiro, organizou o município de Iguaçu com cinco distritos:



1º. – Santo Antonio de Jacutinga (com sede em Maxambomba);

2º. – Marapicu;

3º. – Meriti;

4º. – Santa Ana das Palmeiras; e

5º. – Pilar.


Decorrido alguns anos, pela Lei n. 1634, de 18 de novembro de 1919 foram criados outros distritos com as denominações subseqüentes:


1º. – Nova Iguaçu;

2º. – Marapicu;

3º. – Cava (José Bulhões);

4º. – Arraial de Pavuna ou São João de Meriti (sic);

5º. – Santa Branca;

6º. – Xerém (João Pinto); e

7º. – São Mateus (Engenheiro Neiva, atual Nilópolis).


De conformidade com a organização administrativa de 1933, soma-se Meriti, no município de Nova Iguaçu formando o 4º. distrito com a seguinte nomenclatura:

S E D E:



São João de Meriti: Belford, São Mateus, Tomazinho, Itinga (Éden), Rocha Sobrinho (com a emancipação pertence a Iguaçu) todos na Linha Auxiliar; Vila Rosali, Agostinho Porto, Coelho da Rocha, na Estrada de Ferro Rio Douro.


Dessa maneira Meriti ficou girando em torno de Nova Iguaçu até o ano de 1943, conforme estabelece o decreto-lei n. 392, de 31-03-1938.


Somente com a criação do decreto 1.055 de 31 de dezembro de 1943 confirmado pelo decreto n. 1.056 da mesma data, Meriti passou a figurar no quadro territorial de Duque de Caxias.




PESTE DEVASTOU A BAIXADA FLUMINENSE


No fluir do ano de 1855, o cólera-mórbus avassalou a região iguaçuana e se propagou pelas imediações, como uma tempestade de óbitos. Há citação de que a primeira vítima dessa doença foi o escravo Bento Rodrigues Viana. Logo em seguida o mal tomou proporções alarmantes, e quase todos os que trabalhavam nos serviços fluviais foram acometidos pela violenta epidemia.


Na zona onde está situada a cidade de São João de Meriti, nos engenhos de Cachoeira e São Mateus, ambos de propriedade do visconde do Bonfim, o surto tomou proporções fantasmagóricas. Os senhores de engenho estavam amedrontados, vendo com espanto, que o serviço paralizava e a fome e a miséria, abraçavam sinistramente as regiões contaminadas.


A Vila de Iguaçu definhava com a inclemência da malária e do impaludismo e com ela Meriti, Jacutinga, Pavuna e outros lugares.


O historiador Matoso Maia “A Vila se despovoou. Os canais abandonados se atulharam de vegetações e lodo; as águas cresceram e cobriram todos os campos, tornando-os emprestáveis para qualquer cultura e enchendo o ar de miasmas do impaludismo e da opilação, que assolavam a pobre gente que não se pode retirar”.




2º. DISTRITO DE DUQUE DE CAXIAS


Com a promoção de Duque de Caxias à condição de município independente, começou a fermentar em Vila Meriti, os primeiros sonhos de emancipação da terra


Os espíritos mais atilados, não se conformavam com a escravização de nossa vida ao município de Caxias. Há quem afirme que a nossa arrecadação era considerável, igualando a de Caxias, que estava apenas se fortalecendo com os fundos arrecadados.


A violência empregada contra os sonhadores da nossa libertação, não conseguiu esmorecer o ânimo desse pugilo de bravos. Os idealizadores estavam com o propósito granítico de materializar essa utopia.



Mas, a verdade nua e crua, é que pela lei estadual n. 6, de 11 de agosto de 1947, que regulou o artigo 6 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, promulgado em 20 de junho de 1947, o 2º. Distrito de Caxias, passou a constituir um novo município com a denominação de São João de Meriti. Por efeito da mesma Lei, foram criados os distritos de Coelho da Rocha e São Mateus.


A instalação do Município se deu no dia 21 de agosto, quando tomou posse, como prefeito interino, o médico dr. Aníbal Viriato de Azevedo, homem que deu provas de não ser grande político, mas pessoa de caráter ilibado, sincero e acatado.




I N F O R M A Ç Õ E S (recenseamento de 1950)

Aspectos físicos: Área de 33 k2 (1958) é do ponto de vista territorial um dos menores do Estado do Rio de Janeiro, só lhes sendo inferior Nilópolis.


Aspectos Urbanos: 1 hotel, 65 telefones (2000 para mil novecentos e cinquenta e nove), 15 cinemas e 1 teatro.



Assistência Médica: 1 moderno hospital com 84 leitos; várias clínicas particulares. Serviço de Pronto Socorro e Legião Brasileira de Assistência.


Aspectos Culturais: 54 grupos escolares municipais e 2 estaduais; 2 estabelecimento de ensino secundário; 2 artísticos; Uma rádio emissora (em organização) e 1 jornal.



Estabelecimentos de Créditos: há na sede do Município uma agência da Caixa Econômica Federal, 1 agência do Banco Predial do Estado do Rio de Janeiro, 1 do Banco Nacional de Minas Gerais e 1 do Banco da Lavoura.


Meios de Transporte: Estradas de Ferro Rio Douro e Linha Auxiliar, tração vapor e elétrico respectivamente. E pela Rodovia Presidente Dutra, pelo ônibus da Viação Meriti.


Edifícios principais: Hospital de Caridade, considerado o mais perfeito da Baixada da Guanabara, fundado em 1956; Grupo Escolar Murilo Braga, Grupo Escolar Rubens Farrula, Palácio do Comércio, Prefeitura Municipal e Fórum (os três últimos não tem edifícios próprios)



Relevo do solo, clima e outras minúcias: -


O território de São João de Meriti, está situado na Baixada da Guanabara, mostra-se levemente ondulado tendo como ponto mais alto o morro da Carioca, com 163 m de elevação. O seu clima é quente, húmido e muito escassamente se manifestam casos de febre malária ou surtos tifóide. As terras são talhadas por rios, córregos e canais, todos pequenos, sobressaindo-se o Pavuna


NOTAS SOLTAS


O Esmeraldo Futebol Clube foi fundado por Valério Villas Boas, sendo o mais antigo time de tutebol de Meriti.


A rua Nossa Senhora das Graças, antiga Tavares Guerra, teve as honras de ser pavimentada em primeiro lugar. Depois veio a rua da Matriz, no trecho da Linha Auxiliar até a esquina da Expedicionários, antiga Dona Chiquinha.




Consta que entre 1927 até 1930, Meriti viveu mergulhado num verdadeiro Far-West.




HEROIS ESQUECIDOS



Entre verdadeiros heróis da Pátria, que ficaram jogados no esquecimento, figura o nome de Jorge Barbosa Monçores, ex-sargento da Força Expedicionária Brasileira. O sargento Jorge, tombou mortalmente ferido por estilhaços de granadas, e o seu corpo dorme o sono eterno no cemitério de Pistoia. Vivia com seus pais Guilherme Barbosa Monçores e Dona Maria das Dores Monçores, no município de São João de Meriti, distrito de São Mateus. E quando veio a segunda Grande Guerra, ingressou no Regimento Sampaio indo defender a Liberdade, nos campos da Itália. Nunca mais voltou para ver os Céus do Brasil. O jovem meritiense tombou dentro de uma poça de sangue. E os seus conterrâneos, até hoje não deram ao sargento Monçores, legítimo herói da Pátria, a mais modesta homenagem, como compensação pelo sacrifício de tombar sem vida, no estrangeiro, em defesa da Civilização. E nem uma ruazinha de São Mateus, ganhou o nome de Sargento Barbosa Monçores, o pracinha da F.E.B., embora muitos outros com menos valor, tenham sido lembrados pelos poderes públicos. Esta lacuna é digna de um reparo o que seria uma ação dignificante.


Outro herói esquecido, é Demorieur Nascimento Moderno, natural também de São Mateus. Voltou com uma neurose de guerra, para o bairro onde sempre viveu. Certa vez, quando brincava com uma arma de fogo, teve uma idéia infeliz. O destino reservava para o herói, uma terrível tragédia: Detonaria contra a sua própria cabeça, uma arma que julgava estivesse descarregada. E, este outro herói da Pátria, ficou relegado ao esquecimento. As honrarias, muito raramente, recaem sobre os que tem mérito. Bem poucos recordam esse bravo.


Orlando Luciano Alves, fez parte do 6º R. I., um dos regimentos que mais se destacou na guerra contra o Nazismo. Participou de vários combates e os mais importantes foram: Bevedero, Porreta, Castelo Novo, Palma, Cidade do Zoca e Sobrassaço. É filho do casal Libório Luciano Alves e Dona Ana Maria Alves. Está também no esquecimento. É um herói do Brasil. Um soldado da Liberdade.


Manoel Tavares de Souza, saiu do Brasil para lutar contra o Nazi-fascismo, em 2-7-1944. Chegou à cidade de Nápoles, em 16-7-1944. Assistiu a rendição da Divisão Alemã, num total de 17.000 soldados. Como telegrafista, enviou a seguinte mensagem: “O inimigo sentindo a pressão de nossas tropas, resolveu mandar “parlamentar” para nossas linhas a fim de propor a rendição final. “Quando regressou, São João de Meriti o recebeu todo engalanado. A rua Santo Antonio, onde residia, ficou uma verdadeira “batalha de confete”. Hoje bem poucos recordam do pracinha. Mas, a sua história enche um livro. Tomou parte em Monte Castelo, Montesi, Fornovo de Taro e Sobrassaço. É um herói do Brasil.


Citaremos ainda os seguintes heróis meritienses:


- Osvaldo Ribeiro;

- Onésimo Gonçalves Godoi;

- Geraldino Gonçalves;

- Mário Tarantino;

- Geraldo Damasceno;

- João Graciolo;

- Jurandir de Oliveira Pereira; e

- Sentinel Galenso.



Esta é a galeria dos heróis do Brasil. Dos que arriscaram a vida em defesa do direito e da liberdade dos povos. Os seus nomes não figuram nas placas das ruas, porque elas são feitas, muitas das vezes, para aqueles que viveram mediocremente. Outras vezes, porém, tem a finalidade de bajular figurões, coisa muito ao sabor de nossa época. Mas a posteridade ao ler estas modestas linhas, há de reconhecer que aqui figuram heróis de bronze, que tudo fizeram pela Humanidade e pelo Brasil.



VIDA NOTURNA



São João de Meriti, teve no passado uma intensa vida noturna. As suas noites eram agitadas, quase sempre aconteciam conflitos entre militares, onde a marujada pontilhava. Os salões de bailes mais famosos foram:


- 11 irmãos, que era dirigido por José de Souza (Zé Grosso);

- Orgulho da Divisa, de Mario Fontoura, que foi o homem que comprou uma Bandeira Nacional, improvisou um mastro de bambu,e fez pela primeira vez, juntamente com o professor Plácido Figueiredo, uma solenidade cívica, na praça da Matriz;


Entre os violinistas daqueles tempos figuram: Joaquim Correa da Cruz, Luis e José dos Santos e dentre esses surgiu Juca de Freitas, que atualmente é exclusivo da Rádio Vera Cruz.


O mais famoso seresteiro das noites meritienses foi Djalma de Souza. Mas lograram êxito também João Torres, Teófilo Miranda, Gina Alves, Dorival dos Santos, Jacomo de Abreu, Mariana de Almeida e o astro da Broadcast Carioca, Onésimo Gomes.


Os nomes mais em evidência eram Artur Goulart, Manuel Vilar e Augusto Calheiros, que faziam parte dos programas da Rádio Propaganda Municipal de Meriti.












CONTOS E FATOS de nossa gente - Cópia extraída do livro REPORGENS FLUMINENSES, de ARLINDO MEDEIROS, ed. 1959






A BRUXA DA ITINGA



O jornal “A Crítica” de propriedade de Mário Rodrigues, dá notícia da história fantástica: uma mulher que virou bruxa, na Itinga.


A terrível megera, que morava em uma choupana, tinha participação com o satanás. Andava, altas horas da noite, em companhia de um galo preto, que quando ciscava, de seus porões saiam brasas. Esse caso foi visto por muita gente, que apavorada, fugia da Itinga com medo da diabólica criatura.


A feiticeira praguejou contra Mario Rodrigues e uma desgraça lhe caiu sobre a cabeça: o assassinato de seu filho. E logo depois: o seu jornal foi à falência.


Nas noites de tempestades a Bruxa andava em companhia de um moleque de uma perna só, e quando relampejava, ele soltava gargalhadas incríveis. O capeta comia lama num pântano que existia no lugar em que está atualmente a praça. Depois, soltando gritos loucos, vomitava fogo. E uma catinga de enxofre, dominava toda a Itinga.


Com a água do charco, a Bruxa fazia a sua magia negra. E certa vez, para vingar-se de um seu vizinho, jogou um garoto dentro pântano.


Socorrido por populares, conseguiu salvar-se, mas daí a sete sextas-feiras, virou lobisomen. E corria pelas estradas do Pica Pau, levando na garupa o galo preto, que protegia a terrível feiticeira.


Mas a Bruxa, que tinha cento e vinte anos de idade, adoeceu.


Uma noite, enquanto todos dormiam, um estrondo quebrou a quietude do ambiente.


Espanto geral ...


E os que estavam acordados, viram a bruxa, num carro preto puxado por vários demônios, desaparecer pela terra a dentro.


E para redimir o lugar, mudou-se o seu nome para Éden.


Nunca mais a Bruxa voltou.


Há quem diga, que ela poderá aparecer de setenta em setenta anos.


Fora disso, também, no caso de uma mulher casar com um padre e a moça solteira debochar do capelão.





O GUARDA VINTE E UM


Era um modesto guarda noturno. Muito pobre, residia para as bandas do “Aracy”. A sua casa, uma simples palhoça, mal dava para ele e a mulher.


Os moradores de Pavuna, dormiam com as portas abertas, pois sabiam que o Guarda Vinte e Um, era um policial zeloso, que combatia a malandragem.


Um dia correu célere a notícia: O guarda tirou a “sorte grande”.


Foi um acontecimento que empolgou a Pavuna.


E o guarda, mudou-se para uma avenida, que naquele tempo era a mais importante.


Promoveu festas durante meses a fio, até que o seu dinheiro esgotou-se.


Pobre novamente e abandonado pelos amigos, o guarda suicidou-se numa casa abandonada no morro da Botica.




O DEFUNDO ANDOU



Existiu em São Mateus um macumbeiro, que era famoso pelas suas mandingas. Todos o conheciam pela alcunha de “Cai Nágua” e ele baixava os orixás e dizem que fazia mesmo feitiço. Há notícia de uma homem que duvidou da “Cai Nágua” e morreu com o corpo todo crivado de bichos, macumba que foi feita, numa noite de lua nova, pelo Exu 7 Caveiras. Contam, também, que, certa vez, ele “queimou pólvora” em intenção de um perigoso ladrão que havia furtado um cabrito e o larápio ficou com o corpo todo cheio de feridas. Uma vez o macumbeiro caiu doente e o seu estado de saúde tornou-se melindroso. Os seus afilhados de terreiro começaram a “fazer quarto”. Certa noite, silenciosa e fria, o queibandeiro “esticou as canelas”. O seu corpo foi posto sobre uma mesa, na sala da frente de sua casa. Pelos cantos, os familiares lamentavam o ocorrido.


Quando a madrugada despontou no horizonte, um gato apareceu no fundo do quintal e começou a miar. Passado alguns momentos o corpo do macumbeiro começou a esticar. Depois, fez-se ouvir uns estalidos. Os parentes ficaram patéticos. Nesta altura o gato que estava causando estupefação, soltou fortes gargalhadas e deu saltos incríveis.


Aí, com espantos e correrias, o corpo de “Cai Nágua” se levantou da mesa mortuária. A custo convenceu aos presentes de que estava realmente vivo.


Depois disso ainda viveu alguns anos, vindo a morrer em definitivo. A sua esposa se converteu ao catolicismo por influência de Frei Celso, que ministrou-lhe a extrema unção.





AS CAVEIRAS FALAVAM


Existiu um sineiro que se chamava Irineu. Era um mulato forte, e de uma coragem invulgar. As suas façanhas corriam mundo. Fora autor de uma porção de bravatas que o situavam entre os mais destemidos homens do lugar. De forma que Irineu contava as suas aventuras aos amigos e às vezes alargava um pouco a bitola. Assim, foi que, uma feita, algumas pessoas que o conheciam, convidaram-no para desempenhar um papel macabro. Queriam que Irineu fosse buscar uma caveira lá no cemitério. Naqueles tempos a necrópole meritiense era cercada de varas de bambu. E as ossadas eram todas expostas junto ao Cruzeiro, onde ficavam durante vários dias.


Irineu, que não a creditava em assombração, aceitou a incumbência sem vacilar. Em paga receberia uma boa quantia, pois o homenzinho também gostava de dinheiro. E quando o relógio marcava meia noite em ponto o sineiro da Igreja, pulou a cerca do cemitério e se dirigiu para o Cruzeiro, onde estavam as caveiras. Ao encontro da primeira, Irineu não conversou: Segurou-a mesmo e quando ia se retirando uma voz cavernosa protestou: - “Essa não, que é de meu irmão.”


O sineiro, sentiu um calafrio, mas, largou a caveira no lugar e lançou mão de outra.


A voz trêmula e agourenta falou de novo dentro da noite escura: - “Larga, que essa é de minha avó”.


Já um tanto apavorado, Irineu lançou mão da terceira e uma voz pavorosa encheu o cemitério: - “Deixa isso aí que pertence a minha mãe”.


O homem, nessa altura, estava cheio de pavor e saiu a correr, enquanto respondia: - “Seja de quem for, essa vai comigo.” Mas, ao tentar transpor a cerca, sempre seguido por vários vultos brancos, ficou com o fundo das calças presos numa vara, onde foi encontrado ao romper da aurora, completamente inconsciente. E foi assim que o valente sineiro da Igreja, o preto Irineu, ficou gago o resto da sua vida.




O REI DO GATILHO Tenório, o homem da capa preta.


Jamais se ouviu dizer que o famoso inventor da “Lourdinha” fugisse de uma briga. É de uma pontaria invejável e consegue fazer o milagre de disparar vários tiros com um rifle, sem que se apague a chama da boca da arma. Manejava um punhal com muita maestria e freqüentou as mais terríveis rodas de capoeira do Nordeste.


É um nordestino indomável. Tem muitos inimigos. Mas possui, também, vários amigos. É sua a frase: “ Para fazer política, um amigo é muito e dez inimigos é pouco”. E explica: - “Quem tem um amigo sincero, não teme a dez nem a vinte inimigos.”


É acusado de ter cometido vários crimes de morte em Duque de Caxias, onde é temido por uns e estimado por outros. Ninguém ouviu dizer que um operário pacato sofresse a menor afronta de Tenório ou de seus “cabras”. Na sua alça de mira, só entram os pistoleiros, que lhe caçam a vida.


O seu mais temível adversário foi o delegado Albino Imparato, que tombou metralhado, defronte de um hotel, numa noite fria e misteriosa. O policial estava em companhia de seu capanga, perigoso delinqüente, conhecido por Bereco. Ambos estavam a serviço do Secretário de Segurança, homem irredutível, que queria destruir Tenório, em Duque de Caxias.


Esse crime pavoroso foi imputado ao deputado, pelos situacionistas, mas as provas foram negativas. Chegou mesmo a declarar que “se tivesse notícia que Imparato iria morrer, rezaria uma prece para isso não acontecer, por queria vê-lo na cadeia pagando pelos crimes que cometera contra o povo”.


Agenor Feio, que estava estribado no poder, mandou cercar a casa do deputado da “Capa Preta”, que, no entanto, resistiu ao assédio dos policiais entrincheirado dentro de sua fortaleza. O escândalo virou manchete dos jornais.


O povo não gostou da perseguição movida contra o seu líder e Tenório elegeu-se como o mais votado do Brasil. O Secretário de Segurança, há quem diga, com a sua perseguição tenaz, só fez a propaganda gratuita de Tenório, que passou a ser a vítima do Governo.


Veio de origem muito pobre, mas disso não se envergonha.


Galgou todos os postos da vida até chegar a ser o que atualmente é: Deputado Federal.


Dizem que a primeira vez que vestiu a sua capa preta, foi na noite em que Peçanha foi esfaqueado num trem da Leopoldina.



Esta capa preta, foi presente de uma feiticeira da Bahia, a quem Tenório ajudou a construir uma casa que foi destruída por uma enxurrada.


É uma “mandinga” que foi preparada num terreiro de Candoblé, e quem usa uma capa dessa jamais perde uma demanda.


No Brasil, só tem duas, com esse maravilhoso trabalho: a do babalaô de candoblé da Bahia e a do deputado Tenório Cavalcante.


Como homem que veio do meio humilde, da gente pobre, o deputado Tenório Cavalcante, sempre foi um perseguido. Os poderosos sempre lhe moveram guerra. Mas, ele jamais correu da rinha. “Venceu de revolver em punho”. A muitos, isso parece feio. Mas quem sabe a sua luta, compreende que o seu caminho foi: ou mata ou morre. Até unidades militares cercaram sua residência, num espetáculo vergonhoso de prepotência.


Tenório Cavalcante, é um injustiçado pelos que se encastelam no poder, onde cometem as maiores atrocidades. E ele com a sua coragem jamais deixou de defender os pequenos tendo de expor para isso a sua própria vida.


Quem conhece de perto a vida do deputado caxiense, sabe que no dia em que se acovardar, será esmagado pelos que o tocaiam, impiedosa e incansavelmente.



Se em toda cidade houvesse um líder com o seu arrojo, os mandões da Nação seriam menos arbitrários.



A MORTE DE PALHAÇO


Palhaço era um condutor de trens da Estrada de Ferro Central do Brasil. O seu apelido era proveniente do espírito humorístico de que era dotado o velho servidor daquela ferrovia. Os antigos se lembram dele, aí por 1923, em São Mateus, onde era tido como um verdadeiro ídolo dos que gostavam de suas piadas. Mas alegria de pobre dura pouco: - “Palhaço ficou tuberculoso”. O seu espírito continuou o mesmo, mas o seu corpo minado pela enfermidade foi se abatendo de tal forma, que o condutor ficou um trapo. Mesmo assim não saía do botequim do Costinha, o seu ponto preferido. No ano de 1923, houve um desaguizado entre um marinheiro e um civil e o militar levou uma “lição”. Certa noite, vários marujos saltaram de um trem na estação de São Mateus. Era a “forra” que vinham buscar. Todos fugiram céleres, temerosos da vingança da marujada. Somente o Palhaço, debruçado sobre o encosto de uma cadeira, ficou no local. Ele não podia fugir. As suas pernas estavam muito fracas. E os saldados, penetraram no varejo e encontrando o Palhaço, sem dizer palavras, crivaram o seu corpo esquelético de facadas. Rolou pesadamente no solo.


E assim, covardemente assassinado, findou a existência de Palhaço, bom e alegre condutor de comboios de ferro, que terminou seus dias como um palhaço do picadeiro da vida.



A SANTA DO VILAR



A Santa de Vilar dos Teles – Foi descoberta, em situação discutível, por um taifeiro da Marinha. Conta, este cidadão, uma história muito complicada. Que certa vez, estava sentado à beira de um poço e viu quando uma mulher, envolta num manto que resplandecia, se apresentou a ele e falou: - “Amanhã, quando você for andar de lancha vai encontrar a minha imagem, sobre o Oceano. O taifeiro João, chamou alguns colegas e partiu para a viagem extraordinária. O mar estava calmo. Nem uma onda encrespava a sua superfície. De repente, conta o taifeiro, um vagalhão atirou sobre o barco o corpo de uma imagem, que estava sem cabeça. Um cego, que estava no barco, começou logo a enxergar. Outra onda mais forte atirou a cabeça da santa que foi encontrada pelo homem que horas antes estava cego. Todos ficaram patéticos e logo anunciaram o grande acontecimento.


Os jornais publicaram páginas sobre os milagres do Vilar. De fato a imagem encontrada pelo taifeiro sacudiu a população e de todos os recantos chegaram romeiros para a Santa Rita de Lizieux. O fato que transcorreu aí por 1953 teve ampla cobertura de todos os jornais. O povo ergueu no lugar onde existia uma modesta casa, um templo, onde os romeiros vão adorar a imagem de Santa Rita, a milagrosa do Vilar dos Teles.



A MULHER MISTERIOSA



No tempo que existia o Cemitério da Irmandade, que ficava
no lugar em que está a quadra do São Luis, há quem conte casos de assombração. Os antigos, na sua maior parte, tem a mania de comentar um caso extraordinário que se passava naquela antiga necrópole. Não foram poucos os que viram uma moça de cabelos longos, caminhar entre as alamedas do Campo Santo, com as mãos postas em forma de oração. Uma noite, triste como a pobreza, um cidadão chegou a acompanhar esta estranha personagem, das imediações da estação de Pavuna até ao portão do cemitério. A pessoa julgava que fosse um ser deste mundo e somente ali constatou a realidade estupenda. A mesma visão apareceu certa vez, numa festa de noite de São João numa casa em Belford e pediu pousada.


A família lhe ofereceu dormida num barracão e a visitante solitária desapareceu no meio dos presentes. Há quem diga que foi uma noiva que incendiou o seu véu numa vela do altar da igreja e morreu entre chamas no dia de seu casamento, quando o padre procedia a cerimônia. E isso passou a fazer parte das lendas do povo.





KARP – O TERROR DOS BANDIDOS




O delegado Rogério Viana Monte Karp quando chegou à Meriti, a Cidade estava em polvorosa. Pois uma perigosa “gang” chefiada pelo bandido “Mineirinho”, levava o desassossego a todos os quadrantes. O delegado, com seus auxiliares, resolveu dizimar o bando, não poupando sacrifício para a sua captura. Além do bando de Mineirinho, o rei dos bandidos, o delegado Rogério, devolveu a tranqüilidade à Meriti, expulsando do Município todos os marginais. Sucedeu ao mesmo o dr. Wilson Frederici, que revelou-se destemido defensor da Lei, mas já encontrou o Município calmo e nele demorou-se pouco.


O ENTERRO DA MENDIGA


Um fato que muito comoveu a opinião pública, foi o enterro da mendiga Dona Rita, que morava em Belford. Esta mulher que vivia na mais completa miséria, residia na rua Albertina, aí por 1948, época do governo municipal do dr. José dos Campos Manhães, médico de Nova Iguaçu. Pois bem, o corpo dessa infeliz, ficou apodrecendo dentro de uma choupana, durante mais de três dias. A fedentina recendia e a vizinhança começava a reclamar contra tamanho absurdo. Aí foi que se fez sentir a ação da autoridade, que para remover o cadáver teve que recorrer aos préstimos do Prefeito Municipal. Pois bem, a prefeitura mandou para fazer a remoção do corpo dessa criatura, uma carroça de lixo. E o Cocheiro dirigia o veículo de tração animal apressadamente, enquanto o corpo, num espetáculo triste, saltava dentro da carroça, como a querer protestar contra esse original cortejo fúnebre numa Cidade que era governada por um médico. Que os prefeitos procurem um meio de dar sepultamento condigno aos que morrem na indigência. O pobre também é gente.





O HOMEM SEM ALMA

O delegado Ferreira Pinto, foi também inimigo dos bandidos que se homiziavam em Meriti. A sua gestão celebrizou-se pelo combate sem tréguas aos facínoras que infestavam o município. No seu período foi que um famoso babalaô do Terreiro de Cobra Coral, sofreu o vexame de carregar a mesa na cabeça, de sua casa até a delegacia. Teve mais: Ferreira Pinto, com sua coragem, exterminou a quadrilha do famigerado Azurém, que era conhecido entre os marginais pela alcunha de “Metralha”. Este malfeitor, foi o mais frio criminoso que já apareceu por essas bandas. Matava para se divertir e assaltava para alegrar-se. Torturava as suas vítimas antes de matá-las. O que mais admirava no crime era assistir um corpo extrebuchar, na agonia da morte. Azurém, que tinha curso ginasial, coisa rara entre delinqüentes, era um criminoso nato. Gozava o sofrimento alheio e morreu metralhado em Agostinho Porto, em 24 de abril de 1952 pelos auxiliares de Ferreira Pinto, num conflito onde foram disparados mais de duzentos tiros. Teria que ser este o fim do mais frio facínora que a crônica policial registrou.






NOVA IGUAÇU



A Vila de Maxambomba recebeu oficialmente o nome de Nova Iguassú através da Lei nº 1.331, de 9 de novembro de 1916, de autoria do deputado estadual Manuel Reis. A grafia do nome da cidade só mudou para Nova Iguaçu tempos depois, após reformas ortográficas da língua portuguesa.


História


Após a divisão do Brasil em capitanias hereditárias, as terras que hoje constituem o município de Nova Iguaçu ficaram por muito tempo relegadas a completo abandono. Foi depois de 1566 que se registrou na região a existência de sesmarias, as quais, com o correr dos anos, se foram modificando e concorrendo, desse modo, para a gradativa colonização dessa zona da Baixada Fluminense, em torno dos rios, especialmente do Iguaçu. Com o aumento da população, surgiram várias freguesias, destacando-se a de Nossa Senhora da Piedade de Iguaçu, também conhecida como Nossa Senhora da Piedade do Caminho Velho, cuja criação data de 1719.



A prosperidade agrícola da região vem dos tempos em que foram concedidas as primeiras sesmarias. Os cursos fluviais existentes, não só fertilizavam as terras, como também serviam de via de comunicação com a cidade do Rio de Janeiro, para onde se escoava a produção. Cultivavam-se extensas áreas, que produziam quantidades consideráveis de arroz, feijão, mandioca e principalmente cana-de-açúcar. O café, cuja cultura se tentou introduzir na região, não deu os resultados esperados, o que redundou no abandono do plantio.


Situada à margem do rio Iguaçu, a sede da vila prosperou bastante, chegou a tornar-se um dos empórios da cidade do Rio de Janeiro, fazendo chegar seus produtos por via fluvial ou terrestre. O progresso da região levou o Governo a conceder-lhe autonomia, efetivada por Decreto de 15 de janeiro de 1833. A Vila instalou-se a 27 de julho do mesmo ano.


A decadência, que se verificou a partir da segunda metade do século XIX, na localidade de Iguaçu, decorreu, paradoxalmente, das inovações progressistas introduzidas no território fluminense. As cidades, vilas, povoações surgem da noite para o dia ao longo das estradas, enquanto localidades antiquíssimas desaparecem rapidamente.


Tão logo se iniciou o tráfego da Estrada de Ferro D. Pedro II, atual Central do Brasil, verificou-se o abandono da via fluvial, que determinou o desvio da zona da influência comercial e agrícola para as bordas orientais do Município.


Entre as localidades que surgiram à margem da via férrea, tomou rápido impulso a denominada Maxambomba, para onde, a 1º de maio de 1891, se transferiu a sede do Município.


Ainda no mesmo ano, a 1891 de junho, o Decreto n.º 263 elevava a vila à categoria de cidade. Somente a 9 de novembro de 1916 foi o topônimo da mesma mudado para Nova Iguaçu.


Com a realização das grandes obras de saneamento na Baixada Fluminense, o Município voltou a progredir. Para esse ressurgimento, muito contribuíram as facilidades de comunicação com a Guanabara, dando rápido escoamento aos produtos agrícolas e valorizando extraordinariamente suas terras cultiváveis.


Iguaçu (o nome Iguaçu em tupi-guarani significa "grande quantidade de água" ou "água grande", numa referência ao Rio Iguaçu, o mais volumoso da região) é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro. Situa-se na região da Baixada Fluminense e faz parte da Região Metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. Localiza-se a uma altitude de 25 metros. Com uma população estimada em 2010 em 795.212 habitantes[3], figura como a quarto município mais populoso do estado, e, efetivamente, o 21o município mais populoso do Brasil




História Primeiras ocupações

Antes dos portugueses chegarem ao Rio de Janeiro (em 1503), os índios Jacutingas já habitavam a margem ocidental do rio Iguaçu. Esses índios ajudaram os franceses quando eles chegaram à região.


Em torno de 1565, após a expulsão dos franceses da Baía de Guanabara, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi fundada. Havia, àquela época, intensa pirataria promovida por corsários franceses, ingleses e holandeses no litoral da colônia.
Em 1575, o então governador da capitania do Rio de Janeiro, Antônio Salema, reuniu um exército português apoiado por uma tropa de índios catequizados, com o objetivo de exterminar o domínio franco-tamoio que já durava vinte anos no litoral norte da capitania. Temendo perder seus territórios, os índios tamoios, ainda aliados aos franceses, foram praticamente dizimados por conta da insurreição, denominada Guerra de Cabo Frio. As tropas vencedoras exterminaram aproximadamente 500 indígenas, escravizando outros 1500. Foram condenados à forca dois franceses, um inglês e o pajé tupinambá. Não obstante, as tropas adentraram o sertão incendiando aldeias e matando outros milhares de tamoios. A Guerra de Cabo Frio resultou na completa expulsão dos franceses da região.
No entanto, outros piratas europeus, principalmente ingleses e holandeses, continuaram a piratear o pau-brasil, causando mortes que se provaram inúteis, uma vez que a ausência de colonização no litoral fluminense continuou a proporcionar lucro aos corsários europeus. Não houve interesse da metrópole em colonizar a região do Cabo Frio após este massacre, entretanto os colonizadores decidiram povoar o Recôncavo Fluminense (região em torno da Baía de Guanabara). Começaram a se fixar às margens dos grandes rios da região, em especial os rios Iguaçu, Meriti, Sarapuí, Saracuruna, Jaguaré, Pilar, Marapicu, Jacutinga, Mantiqueira e Inhomirim.

Ainda em 1575, o capitão-mor Belchior Azeredo construiu uma ermida em louvor a Santo Antônio, no sopé de uma colina a 750 metros da maior curva do Rio Santo Antônio, atual Rio Sarapuí, em terras jacutingas. A construção, erguida em taipa, foi determinante para que Belchior Azeredo conquistasse as terras dos índios jacutingas em forma de sesmaria, através do governador Cristóvão de Barros, batizando-as como Engenho Santo Antônio da Aldeia dos Jacutingas. O capitão-mor ainda concedeu a si mesmo uma sesmaria próxima ao Rio Majé, onde construiu um engenho (coordenadas: 22º45'38" S ; 43º23'23" O). Nas décadas posteriores, a pequena ermida foi alçada à categoria de capela-colada, de capela-curada e, finalmente, de igreja-matriz (freguesia), neste local permanecendo por mais de 130 anos, até a década de 1700.


Uma vez a ocupação da bacia dos rios Iguaçu, Sarapuí e Meriti efetivada, o que ocorreu a partir do final do século XVI, as tradicionais trilhas indígenas viraram estradas. Uma delas, a longa trilha dos indígenas jacutingas, foi transformada na Estrada Geral, que ligava a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicu (atual Marapicu) à Freguesia de Santo Antônio da Aldeia dos Jacutingas (atual Belford Roxo, próxima à fábrica da Bayer). O leito da estrada é, atualmente, ocupado pela rodovia RJ-105. A velha ponte sobre o Sarapuí era o ponto de junção entre a Estrada Geral e a Estrada Real (atual Avenida Pastor Martin Luther King Júnior). A Estrada Real seguia em direção à Igreja de Nossa Senhora da Candelária, no Centro do Rio de Janeiro, passando antes pela Freguesia de São João do Orago do Rio Merity, pelo porto da Pavuna, por Inhaúma e pela Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Irajá.




Esses caminhos constituíram, por longo tempo, a melhor opção terrestre para adentrar o Recôncavo Fluminense, já que o acesso era difícil devido à grande quantidade de pântanos e de rios caudalosos e de considerável largura. Para estabelecer a rota da Estrada Real, foram considerados os melhores pontos para a transposição dos rios Meriti e Sarapuí, observando locais onde estes rios formavam vaus.

A colonização da região exigia rotas para o escoamento da produção dos engenhos. Inicialmente, isso foi possível graças às vias fluviais, quando os rios serviam de estradas, uma vez que as trilhas indígenas (e as estradas derivadas delas) eram rústicas e os rios eram o modo mais fácil de adentrar no Recôncavo Fluminense para a sua colonização.



Logo que passou a ser explorado, o ouro das Minas Gerais era levado por terra até o porto de Paraty e daí, por via marítima, até a cidade do Rio de Janeiro, de onde seguia para Portugal. Como a rota do litoral entre Paraty e o Rio de Janeiro era infestada por corsários e piratas, foi necessário a abertura de caminhos terrestres mais curtos e seguros para trazer o ouro das Minas Gerais até o Rio de Janeiro.
No século XVII, Garcia Rodrigues Paes ligou Paraíba do Sul ao porto do Pilar do Iguaçu para o escoamento do ouro trazido de Minas Gerais. Essa ligação foi chamada Caminho do Pilar ou, mais comumente, Caminho Novo das Minas, pois substituiu o antigo Caminho de Paraty. Do Rio Pilar, podia-se navegar até o Rio Iguaçu, que tem sua foz no interior da Baía de Guanabara, área com fortificações e mais protegida dos ataques de piratas e corsários.

Posteriormente, foram também abertos o Caminho da Terra Firme e a Variante do Proença, visando a facilitar o escoamento do ouro, já que o trânsito no Caminho do Pilar tinha diversos problemas. Com a redução de seu uso, o Caminho Novo logo passou a ser chamado de Caminho Velho.

O Arraial de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu (à época, grafava-se Iguassú) nasceu ao redor de um porto fluvial nas margens do Rio Iguaçu. Em 1699, a localidade já tinha uma capela curada. Na época do Marquês do Pombal, em 1750, foi elevada à categoria de freguesia. O Porto de Piedade de Iguaçu prosperou em razão da intensa movimentação dos tropeiros pelo Caminho Novo.


Vila de Iguaçu

Até o início do século XIX, Piedade do Iguaçu tornou-se o principal povoado da região, mas era dependente administrativa e politicamente da cidade do Rio de Janeiro, embora já demonstrasse um bom desenvolvimento econômico, além do aumento da população e do crescimento do comércio.

Os povoados da região concentravam-se principalmente às margens dos rios, mas também havia alguns nos entroncamentos das estradas. Piedade do Iguaçu cresceu ainda mais com a abertura da Estrada Real do Comércio, primeira via aberta no Brasil para o escoamento do café do interior do país.

Graças à Estrada Real do Comércio e às ótimas condições para a criação de um entreposto comercial, foi necessária a criação de um município. Em 15 de janeiro de 1833, portanto, foi criada a Vila de Iguaçu a partir de decreto assinado pelo regente Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, em nome do Imperador Dom Pedro II. Em 29 de julho do mesmo ano, foi instalada a Câmara dos Vereadores, com sete representantes.

O novo município foi formado pelas freguesias de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu (definida como capital do município), Santo Antônio de Jacutinga, Nossa Senhora do Pilar, São João de Meriti e Nossa Senhora da Conceição do Marapicu. Inicialmente, a Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Inhomirim também faria parte, contudo os moradores desse distrito não aceitaram a incorporação, especialmente devido à distância

(PREFEITURA DE NOVA IGUAÇU)






















































































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